domingo, 18 de janeiro de 2009

VELHO (Paulo F. Barboza)


Se és velho

não podes ter medo.

Tu já viveste,

já respiraste a aragem do céu

e o enxofre do inferno.

Estás perto da morte

e sem nenhum golpe de sorte

escaparás

da tua eterna transformação.

Então,

por que não te transformas

e perde o medo

e vive intensamente

o pouco tempo

que resta nesta

maravilhosa festa?

Revolucione

com tua sabedoria

não espere

a decisão do jovem

ou de quem quer que seja.

Lute

todas as lutas

sem medo da morte,

sem medo do medo

e viva

e sejas

enquanto podes.

Tu és velho

não cabe o temor

de nada

ou de tudo.

Não termine

vazio, frio

auto-comiserante

mesmo não sabendo do adiante.

Tens que bradar

contra o que és contra.

Tens que proteger o novo

no seu viver.

Tens que reagir

ao assalto

do medo

te impedindo ser.

Solta

teu grito

e leva ao infinito

tua vontade.

Não percas um minuto,

sequer um segundo diminuto,

pois és velho

e não podes temer

nenhum momento de viver.

E viver

e viver

e viver

Viver até morrer,

morrer de tanto viver!...

(Paulo F. Barboza)

3 comentários:

  1. Ah! Quão forte são estas palavras! Para velhos cronologicamente e também para jovens amendrontados! Ah! Amei!

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  2. Paulo, que belíssimo poema! De certo há muitos velhos temerosos da vida, que não sabem o que estão perdendo. Medo de ser feliz é péssimo!
    Bjs.

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  3. ai legal pai... arrumou uma maneira de puBlicar suas poesias...
    continue escrevendo e criando... e criando!!!
    e coloca umas fotos do seus quadros e desenhos tb...
    Po paiii... tu n ta velho n rsrsrsrs
    te amo! Beijos

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